capítulo 1 capítulo 2 capítulo 3 capítulo 4 capítulo 5 capítulo 6 capítulo 7 capítulo 8 capítulo 9 capítulo 10 capítulo 11 capítulo 12
capítulo 13 capítulo 14 capítulo 15 capítulo 16 capítulo 17 capítulo 18 capítulo 19 capítulo 20 capítulo 21 capítulo 22 capítulo 23 home


Pombinha ergueu-se de um pulo e abriu de carreira para casa. No lugar em que estivera deitada o capim verde ficou matizado de pontos vermelhos. A mãe lavava à tina, ela chamou-a com instância, enfiando cheia de alvoroço pelo número 15. E ai, sem uma palavra, ergueu as saias do vestido e expôs a Dona Isabel as suas fraldas ensangüentadas. — Veio?! perguntou a velha com um grito arrancado do fundo d’alma. A rapariga meneou a cabeça afirmativamente, sorrindo feliz e enrubescida. As lágrimas saltaram dos olhos da lavadeira.
Pombinha saltó y se dirigió a la casa. Donde había estado tumbada, la hierba verde estaba salpicada de puntos rojos. La madre estaba lavando la tina, la llamó con urgencia, irrumpiendo excitada por el número 15. Y allí, sin decir palabra, levantó las faldas de su vestido y expuso sus pañales ensangrentados a doña Isabel. - ¡¿Él vino?! preguntó la anciana con un grito arrancado de lo más profundo de su alma. La chica asintió, sonriendo alegremente y sonrojándose. Las lágrimas brotaron de los ojos de la lavandera.

— Bendito e louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo! exclamou ela, caindo de joelhos defronte da menina e erguendo para Deus o rosto e as mãos trêmulas. Depois abraçou-se às pernas da filha e, no arrebatamento de sua comoção, beijou-lhe repetidas vezes a barriga e parecia querer beijar também aquele sangue abençoado, que lhes abria os horizontes da vida, que lhes garantia o futuro; aquele sangue bom, que descia do céu, como a chuva benfazeja sobre uma pobre terra esterilizada pela seca.
— ¡Bendito y alabado sea Nuestro Señor Jesucristo! exclamó, cayendo de rodillas frente a la niña y levantando su rostro y manos temblorosas hacia Dios. Luego abrazó las piernas de su hija y, en el éxtasis de su emoción, besó repetidamente su vientre y pareció querer besar también aquella sangre bendita, que les abría los horizontes de la vida, que les garantizaba el porvenir; esa buena sangre, que descendió del cielo, como lluvia benéfica sobre una tierra pobre esterilizada por la sequía.

Não se pôde conter: enquanto Pombinha mudava de roupa, saiu ela ao pátio, apregoando aos quatro ventos a linda noticia. E, se não fora a formal oposição da menina, teria passeado em triunfo a camisa ensangüentada, para que todos a vissem bem e para que todos a adorassem, entre hinos de amor, que nem a uma verônica sagrada de um Cristo. — Minha filha é mulher! Minha filha é mulher!
No pudo contenerse: mientras Pombinha se cambiaba de ropa, salió al patio, proclamando la hermosa noticia a los cuatro vientos. Y si no fuera por la oposición formal de la niña, ella hubiera paseado triunfal con su camisa ensangrentada, para que todos la vieran bien y todos la adoraran, entre himnos de amor, como una sagrada verónica de un Cristo. "¡Mi hija es una mujer!" ¡Mi hija es una mujer!

O fato abalou o coração do cortiço, as duas receberam parabéns e felicitações. Dona Isabel acendeu velas de cera à frente do seu oratório, e nesse dia não pegou mais no trabalho, ficou estonteada, sem saber o que fazia, a entrar e a sair de casa, radiante de ventura. De cada vez que passava junto da filha dava-lhe um beijo na cabeça e em segredo recomendava-lhe todo o cuidado. “Que não apanhasse umidade! que não bebesse coisas frias! que se agasalhasse o melhor possível: e, no caso de sentir o corpo mole, que se metesse logo na cama! Qualquer imprudência poderia ser fatal!...”
El hecho estremeció el corazón del conventillo, los dos recibieron felicitaciones y felicitaciones. Doña Isabel encendió velas de cera frente a su oratorio, y ese día dejó de trabajar, estaba aturdida, sin saber lo que hacía, entrando y saliendo de la casa, radiante de dicha. Cada vez que pasaba junto a su hija, la besaba en la cabeza y le aconsejaba en secreto que tuviera cuidado. “¡Que no se mojara! ¡No beber cosas frías! que se abrigue lo mejor posible: y, en caso de que su cuerpo se sienta fláccido, ¡que se meta inmediatamente en la cama! ¡Cualquier imprudencia puede ser fatal!...”

O seu empenho era pôr o João da Costa, no mesmo instante, ao corrente da grande novidade e pedir-lhe que marcasse logo o dia do casamento; a menina entendia que não, que era feio, mas a mãe arranjou um portador e mandou chamar o rapaz com urgência. Ele apareceu à tarde. A velha convidara gente para jantar; matou duas galinhas, comprou garrafas de vinho, e, à noite, serviu, às nove horas, um chá com biscoitos. Nenen e a das Dores apresentaram-se em trajos de festa; fez-se muita cerimônia; conversou-se em voz baixa, formando todos em volta de Pombinha uma solicita cadeia de agrados, uma respeitosa preocupação de bons desejos, a que ela respondia sorrindo comovida, como que exalando da frescura da sua virgindade um vitorioso aroma de flor que desabrocha.
Su compromiso era informar a João da Costa, en el mismo momento, de la gran noticia y pedirle que fijase enseguida el día de la boda; la niña entendió que no, que era feo, pero la madre encontró un portabebés y mandó a buscar al niño de urgencia. Apareció por la tarde. La anciana había invitado a la gente a cenar; Mató dos pollos, compró botellas de vino y, por la noche, sirvió té y galletas a las nueve. Nenen y Das Dores aparecieron vestidos de fiesta; se hizo mucha ceremonia; Hubo una conversación en voz baja, todos alrededor de Pombinha formando una solícita cadena de bromas, una respetuosa preocupación de buenos deseos, a lo que ella respondió con una sonrisa emocionada, como si exhalara de la frescura de su virginidad un aroma victorioso de florecimiento. flor.

E a partir desse dia Dona Isabel mudou completamente. As suas rugas alegraram-se; ouviam-na cantarolar pela manhã, enquanto varria a casa e espanava os móveis. Não obstante, depois do tremendo conflito que acabou em navalhada, uma tristeza ia minando uma grande parte da estalagem. Já se não faziam as quentes noitadas de violão e dança ao relento. A Rita andava aborrecida e concentrada, desde que Jerônimo partiu para a Ordem; Firmo fora intimado pelo vendeiro a que lhe não pusesse, nunca mais, os pés em casa, sob pena de ser entregue à polícia; Piedade, que vivia a dar ais, carpindo a ausência do. marido, ainda ficou mais consumida com a primeira visita que lhe fez ao hospital; encontrou-o frio e sem uma palavra de ternura para ela, deixando até perceber a sua impaciência para ouvir falar da outra, daquela maldita mulata dos diabos, que, no fim de contas, era a única culpada de tudo aquilo e havia de ser a sua perdição e mais do seu homem! Quando voltou de lá atirou-se à cama, a soluçar sem alívio, e nessa noite não pôde pregar olho, senão já pela madrugada. Um negro desgosto comia-a por dentro, como tubérculos de tísica, e tirava-lhe a vontade para tudo que não fosse chorar.
Y a partir de ese día doña Isabel cambió por completo. Sus arrugas se regocijaron; la oían tararear por la mañana mientras barría la casa y quitaba el polvo a los muebles. Sin embargo, luego del tremendo conflicto que terminó con un cuchillo, una tristeza estaba minando gran parte de la posada. Las noches calientes de guitarra y baile al aire libre ya no se celebraban. Rita estaba aburrida y concentrada desde que Jerônimo partió para la Orden; Firmo había sido citado por el posadero para no volver a pisar su casa, so pena de ser entregado a la policía; Piedade, que vivió para dar aflicción, llorando la ausencia del. esposo, estaba aún más consumido por la primera visita que hizo al hospital; Lo encontró frío y sin una palabra de ternura hacia ella, dejando incluso sentir su impaciencia por saber de la otra, esa maldita mulata del infierno, que al fin y al cabo era la única culpable de todo aquello y habría para ser el único a quien culpar. ¡tu perdición y más de tu hombre! Cuando volvió de allí, se tiró en la cama, sollozando sin alivio, y esa noche no pudo dormir hasta que amaneció. Un asco negro le carcomía las entrañas, como tubérculos de tuberculosis, y le quitaba las ganas de hacer otra cosa que no fuera llorar.

Outro que também, coitado! arrastava a vida muito triste, era o Bruno. A mulher, que a principio não lhe fizera grande falta, agora o torturava com a sua distancia; um mês depois da separação, o desgraçado já não podia esconder o seu sofrimento e ralava-se de saudades. A Bruxa, a pedido dele, tirou a sorte nas cartas e disse-lhe misteriosamente que Leocádia ainda o amava. Só Dona Isabel e a filha andavam deveras satisfeitas. Essas sim! nunca tinham tido uma época tão boa e tão esperançosa. Pombinha abandonara o curso de dança; o noivo ia agora visitá-la, invariavelmente, todas as noites; chegava sempre às sete horas e demorava-se até às dez; davam-lhe café numa xícara especial, de porcelana; às vezes jogavam a bisca, e ele mandava buscar, de sua algibeira, uma garrafa de cerveja alemã, e ficavam a conversar os três, cada qual defronte do seu copo, a respeito dos projetos de felicidade comum; outras vezes o Costa, sempre muito respeitador, muito bom rapaz, acendia o seu charuto da Bahia e deixava-se cair numa pasmaceira, a olhar para a moça, todo embebido nela
¡Otro también, pobre hombre! la vida se alargaba muy tristemente, era Bruno. La mujer, que al principio no lo había extrañado mucho, ahora lo torturaba con su distancia; un mes después de la separación, el infortunado ya no podía ocultar su sufrimiento y estaba preocupado por extrañarlo. La Bruja, a petición suya, echó suertes en las cartas y le dijo misteriosamente que Leocádia aún lo amaba. Sólo doña Isabel y su hija quedaron realmente satisfechas. Esos si! nunca habían tenido un momento tan bueno y esperanzador. Pombinha había abandonado el curso de danza; el novio ahora la visitaría invariablemente todas las noches; llegaba siempre a las siete y se quedaba hasta las diez; le dieron café en una taza especial de porcelana; a veces jugaban a la bisca, y él mandaba a buscar una botella de cerveza alemana del bolsillo, y los tres conversaban, cada uno frente a su vaso, sobre proyectos de felicidad común; otras veces Costa, siempre muy respetuoso, un tipo muy agradable, encendía su cigarro de Bahía y se dejaba caer en un estupor, mirando a la chica, completamente absorto en ella.

Pombinha punha alegrias naqueles serões com as suas garrulices de pomba que prepara o ninho. Depois do seu idílio com o sol fazia-se muito amiga da existência, sorvendo a vida em haustos largos, como quem acaba de sair de uma prisão e saboreia o ar livre. Volvia-se carnuda e cheia, sazonava que nem uma fruta que nos provoca o apetite de morder. Dona Isabel, ao lado deles, toscanejava do meio para o fim da visita, traçando cruzes na boca e afugentando os bocejos com voluptuosas pitadas da sua insigne tabaqueira. Fixado o dia do casamento, o assunto inalterável da conversa era o enxoval da noiva e a casinha que o Costa preparava para a lua-de-mel. Iriam todos três morar juntos; teriam cozinheiro e uma criada que lavasse e engomasse. O rapaz trouxera peças de linho e de algodão, e ali, à luz amarela do velho candeeiro de querosene, enquanto a mãe talhava camisas e lençóis, a filha cosia valentemente numa máquina que lhe oferecera o noivo.
Pombinha alegraba aquellas tardes con su graznido de paloma preparando un nido. Después de su idilio con el sol, se aficionó mucho a la existencia, absorbiendo la vida en largos respiros, como quien acaba de salir de la cárcel y disfruta del aire libre. Se volvió carnoso y lleno, madurando como una fruta que nos da ganas de morder. Doña Isabel, a su lado, dormitaba desde la mitad hasta el final de la visita, trazándose cruces en la boca y ahuyentando los bostezos con voluptuosos pellizcos de su famosa caja de tabaco. Una vez fijado el día de la boda, el tema inalterable de conversación fue el ajuar de la novia y la casita que Costa preparaba para la luna de miel. Los tres se mudarían juntos; tendrían una cocinera y una criada para lavar y planchar. El niño había traído prendas de lino y algodón, y allí, a la luz amarilla de la vieja lámpara de queroseno, mientras la madre cortaba camisas y sábanas, la hija cosía valientemente en una máquina que le había regalado su prometido.

Uma vez, eram duas da tarde, ela pregava rendas numa fronha de almofada, quando o Bruno, cheio de hesitações, a coçar os cabelos da nuca, pálido e mal asseado, disse-lhe, encostando-se à ombreira da porta: — Ora, Nhã Pombinha... tinha-lhe um servicinho a pedir... mas vosmecezinha anda agora tão tomada com o seu enxoval e não há de querer dar-se a maços... — Que queres tu, Bruno? — N’é nada, é que precisava que vosmecezinha me fizesse uma carta p’raquele diabo... mas já se vê que não tem cabimento... Fica pr’ao depois! — Uma carta para tua mulher, não é? — Coitada! É mais doida do que ruim! Pois se a gente até dos brutos tem pena!... — Pois estás servido. Queres para já? — Não vale estorvar! Continue seu servicinho! Eu volto pr’outra vez!... — Não! anda cá, entra! O que se tem de fazer, faz-se logo! — Deus lhe pague! Vosmecezinha é mesmo um anjo! Não sei a quem se chegue a gente ao depois que já lhe não tivermos cá!...
Una vez, eran las dos de la tarde, ella estaba cosiendo encajes en una funda de almohada, cuando Bruno, lleno de dudas, rascándose los cabellos de la nuca, pálido y despeinado, le dijo, apoyado en el marco de la puerta: , Nhã Pombinha ... Tenía un pequeño servicio que pedirle... pero tu madrecita ahora está tan ocupada con su ajuar que no querrá dárselo a bultos... —¿Qué quieres, Bruno? — No es nada, es que necesitaba que tu madrecita me escribiera una carta para ese demonio... pero ya ves que no tiene caso... ¡Esperaré hasta luego! "Una carta para tu esposa, ¿no es así?" - ¡Pobre cosa! ¡Es más loco que malo! ¡Pues si la gente siente lástima por los brutos!... — Bueno, estás servido. ¿Lo quieres ahora? "¡No vale la pena meterse en el camino!" ¡Continúa tu servicio! ¡Volveré otra vez!... — ¡No! ¡Ven aquí, entra! ¡Lo que hay que hacer, se hace pronto! - ¡Dios lo bendiga! Yoursmecezinha es realmente un ángel! ¡No sé a quién llegaremos después de que ya no lo tengamos aquí!...

E continuou a louvar a bondade da rapariga, enquanto esta, toda serviçal, preparava numa mesinha redonda os seus apetrechos de escrita. — Vamos lá, Bruno! que queres tu mandar dizer à Leocádia? — Diga-lhe, antes de mais nada, que aquilo que quebrei dela, que dou outro! Que ela fez mal em quebrar também o que era meu, mas que fecho os olhos! Águas passadas não movem moinho! Que sei que ela agora está desempregada e aos paus; que está a dever para mais de mês na estalagem; mas que não precisa dar cabeçadas: que me mande cá o senhorio, que me entendo com ele. Que acho bom que ela deixe a casa da crioula onde come, porque a mulher já se queixou e já disse, a quem quis ouvir, que aquilo lá não era ponto de vadios e mulheres de má vida! Que ela, se tivesse um pouco de tino, nem precisava estar às migalhas dos outros, que eu na forja fazia para a trazer de barriga cheia e mais aos filhos que Deus mandasse... — Principiava a tomar calor. — Que a culpada de tudo isto é só ela e mais ninguém! tivesse um bocado de juízo e não precisava envergonhar a cara por ai... — Isso já está dito, Bruno!
Y siguió alabando la amabilidad de la muchacha, mientras ella, toda servicial, preparaba su equipo de escritura sobre una pequeña mesa redonda. "¡Vamos, Bruno!" ¿Qué quieres mandar a decir a Leocadia? "Dile, antes que nada, que lo que le rompí, ¡le daré otro!" ¡Que se equivocó al romper también lo que era mío, pero que cierro los ojos! ¡Las aguas pasadas no mueven un molino! Que sé que ahora está desempleada y en las rocas; que debe más de un mes a la posada; pero que no hay necesidad de dar cabezazos: que me mande el patrón para acá, y me llevo bien con él. Me parece bien que deje la casa del criollo donde come, porque la mujer ya se ha quejado y ya ha dicho, al que quiera escuchar, ¡que no era lugar de zoquetes y malas mujeres! Que ella, si tuviera un poco de sensatez, no necesitaría ni andar sobre las migajas ajenas, que yo lo hacía en la fragua para traerla con la barriga llena y más a los hijos que Dios mandó... — Empezó a sentir calor. — ¡Que la culpable de todo esto es solo ella y nadie más! tenía un poco de sensatez y no necesitaba avergonzarse por ahí... —¡Eso ya está dicho, Bruno!

— Pois arrame-lhe outra vez a ver se ela toma brio! — E que mais? — Que lhe não quero mal, nem lhe rogo pragas, mas que é bem feito que ela amargue um pouco do pão do diabo, pra ficar sabendo que uma mulher direita não deve olhar se não pra seu marido; e que, se ela não fosse tão maluca... — Já aí vai você repetir inda uma vez a mesma cantiga!... — Mas diga-lhe sempre, tenha paciência, Nhã Pombinha!... Que ainda estaria aqui, comigo, como dantes, sem agüentar repelões de estranhos!... — Adiante, Bruno! — Diga-lhe... E interrompeu-se. Ora, que mais ele tinha a dizer?... Coçou a cabeça. — Veja, Bruno, você é quem sabe o que precisa escrever a sua mulher... — Diga-lhe... Não se animava. — Que... — Diga-lhe... Não! não lhe diga mais nada!... — Posso então fechar a carta?... — Está bom... resmungou o ferreiro, decidindo-se. Vá lá! Diga-lhe que... — Que...
"¡Pues apuñalala de nuevo para ver si se enorgullece!" - ¿Y qué más? — Que no le deseo mal, ni la maldigo, pero que le conviene amargar un poco del pan del diablo, saber que una mujer recta no debe mirar más que a su marido; y que, si no estuviera tan loca... —¡Vas a repetir la misma canción una y otra vez!... —Pero dile siempre, ¡ten paciencia, Nhã Pombinha!... ¡Quédate aquí, conmigo, como antes, sin soportar que te empujen los extraños!... —¡Adelante, Bruno! "Dile..." Y se detuvo. ¿Por qué, qué más tenía que decir?... Se rascó la cabeza. —Mira, Bruno, tú eres el que sabe lo que tienes que escribirle a tu mujer... —Díselo... No se entusiasmó. "¿Qué dem..." "Dile... ¡No!" ¡no le digas nada más!... —¿Puedo cerrar la carta entonces?... —Está bien... murmuró el herrero, decidiéndose. ¡Ve allí! Dile que...

Houve um silêncio, no qual o desgraçado parecia arrancar de dentro uma frase que, no entanto, era a única idéia que o levava a dirigir-se à mulher. Afinal, depois de coçar mais vivamente a cabeça, gaguejou com a voz estrangulada de soluços: — Diga-lhe que... se ela quiser tornar pra minha companhia... que pode vir... Eu esqueço tudo! Pombinha, impressionada pela transformação da voz dele, levantou o rosto e viu que as lágrimas lhe desfilavam duas a duas, três a três, pela cara, indo afogar-se-lhe na moita cerdosa das barbas. E, coisa estranha, ela, que escrevera tantas cartas naquelas mesmas condições; que tantas vezes presenciara o choro rude de outros muitos trabalhadores do cortiço, sobressaltava-se agora com os desalentados soluços do ferreiro.
Hubo un silencio, en el que el desgraciado pareció sacar de dentro una frase, que, sin embargo, fue la única idea que lo llevó a dirigirse a la mujer. Finalmente, después de rascarse la cabeza con más fuerza, balbuceó con voz estrangulada por los sollozos: —Dígale que... si quiere volver a mi empresa... que puede venir... ¡Me olvido de todo! Pombinha, impresionado por el cambio en su voz, miró hacia arriba y vio que las lágrimas corrían por su rostro de dos en dos, de tres en tres, ahogándose en la erizada mata de su barba. Y, cosa extraña, ella, que había escrito tantas cartas en esas mismas condiciones; que tantas veces había presenciado el rudo llanto de muchos otros trabajadores en la vecindad, ahora estaba sobresaltado por los sollozos consternados del herrero.

Porque, só depois que o sol lhe abençoou o ventre; depois que nas suas entranhas ela sentiu o primeiro grito de sangue de mulher, teve olhos para essas violentas misérias dolorosas, a que os poetas davam o bonito nome de amor. A sua intelectualidade, tal como seu corpo, desabrochara inesperadamente, atingindo de súbito, em pleno desenvolvimento, uma lucidez que a deliciava e surpreendia. Não a comovera tanto a revolução física Como que naquele instante o mundo inteiro se despia à sua vista, de improviso esclarecida, patenteando-lhe todos os segredos das suas paixões. Agora, encarando as lágrimas do Bruno, ela compreendeu e avaliou a fraqueza dos homens, a fragilidade desses animais fortes, de músculos valentes, de patas esmagadoras, mas que se deixavam encabrestar e conduzir humildes pela soberana e delicada mão da fêmea.
Porque, sólo después de que el sol bendijo su vientre; después de sentir el primer llanto de sangre de mujer en sus entrañas, tuvo ojos para aquellas violentas y dolorosas miserias, que los poetas dieron el hermoso nombre de amor. Su intelecto, como su cuerpo, había florecido inesperadamente, alcanzando de repente, en pleno desarrollo, una lucidez que la deleitaba y la sorprendía. No la había conmovido tanto la revolución física como si en ese momento el mundo entero se desnudara ante sus ojos, iluminado de repente, revelando todos los secretos de sus pasiones. Ahora, mirando las lágrimas de Bruno, comprendió y apreció la debilidad de los hombres, la fragilidad de estos animales fuertes, de músculos bravos, patas aplastantes, pero que se dejaban embridar y conducir humildemente por la mano soberana y delicada de la hembra.

Aquela pobre flor de cortiço, escapando à estupidez do meio em que desabotoou, tinha de ser fatalmente vitima da própria inteligência. À mingua de educação, seu espírito trabalhou à revelia, e atraiçoou-a, obrigando-a a tirar da substância caprichosa da sua fantasia de moça ignorante e viva a explicação de tudo que lhe não ensinaram a ver e sentir. Bruno retirou-se com a carta. Pombinha pousou os cotovelos na mesa e tulipou as mãos contra o rosto, a cismar nos homens. Que estranho poder era esse, que a mulher exercia sobre eles, a tal ponto, que os infelizes, carregados de desonra e de ludibrio, ainda vinham covardes e suplicantes mendigar-lhe o perdão pelo mal que ela lhes fizera?...
Esa pobre flor de conventillo, escapando a la estupidez del ambiente en que se desabrochaba, tenía que ser víctima fatal de su propia inteligencia. Con la falta de educación, su espíritu trabajó en ausencia, y la traicionó, obligándola a extraer de la sustancia caprichosa de su fantasía de niña ignorante y viva la explicación de todo lo que no le enseñaron a ver y sentir. Bruno se fue con la carta. Pombinha apoyó los codos en la mesa y se tapó la cara con las manos, pensativa sobre los hombres. ¿Qué era este extraño poder que la mujer ejercía sobre ellos, a tal punto que los desdichados, cargados de deshonra y engaño, aún acudían cobardes y pidiéndole perdón por el mal que les había hecho?...

E surgiu-lhe então uma idéia bem clara da sua própria força e do seu próprio valor. Sorriu. E no seu sorriso já havia garras. Uma aluvião de cenas, que ela jamais tentara explicar e que até ai jaziam esquecidas nos meandros do seu passado, apresentavam-se agora nítidas e transparentes. Compreendeu como era que certos velhos respeitáveis, cujas fotografias Léonie lhe mostrara no dia que passaram juntas, deixavam-se vilmente cavalgar pela loureira, cativos e submissos, pagando a escravidão com a honra, os bens, e até com a própria vida, se a prostituta, depois de os ter esgotado, fechava-lhes o corpo. E continuou a sorrir, desvanecida na sua superioridade sobre esse outro sexo, vaidoso e fanfarrão, que se julgava senhor e que no entanto fora posto no mundo simplesmente para servir ao feminino; escravo ridículo que, para gozar um pouco, precisava tirar da sua mesma ilusão a substância do seu gozo; ao passo que a mulher, a senhora, a dona dele, ia tranqüilamente desfrutando o seu império, endeusada e querida, prodigalizando martírios que os miseráveis aceitavam contritos, a beijar os pés que os deprimiam e as implacáveis mãos que os estrangulavam.
Y entonces le vino una idea muy clara de su propia fuerza y ​​de su propio valor. Sonrió. Y en su sonrisa ya había garras. Un aluvión de escenas, que nunca había tratado de explicar y que hasta entonces habían permanecido olvidados en los meandros de su pasado, ahora aparecían claros y transparentes. Entendió cómo era que ciertos respetables ancianos, cuyas fotografías Léonie le había mostrado el día que pasaron juntos, se dejaban vilmente cabalgar por el laurel, cautivos y sumisos, pagando la esclavitud con su honor, bienes e incluso su propias vidas, si las hubiere, la prostituta, después de haberlas agotado, cerró su cuerpo. Y seguía sonriendo, perdida en su superioridad sobre ese otro sexo, vanidoso y fanfarrón, que se creían amos y que sin embargo habían sido traídos al mundo simplemente para servir a lo femenino; esclavo ridículo que, para gozar un poco, necesitaba sacar de su propia ilusión la sustancia de su goce; mientras la mujer, la dama, la dueña de ella, gozaba tranquilamente de su imperio, deificada y amada, prodigando martirios que los miserables aceptaban contritos, besando los pies que los oprimían y las manos implacables que los estrangulaban.

— Ah! homens! homens!... sussurrou ela de envolta com um suspiro. E pegou de novo na costura, deixando que o pensamento vadiasse à solta, enquanto os dedos iam maquinalmente pregando as rendas naquela almofada, em que a sua cabeça teria de repousar para receber o primeiro beijo genital. Num só lance de vista, como quem apanha uma esfera entre as pontas de um compasso, mediu com as antenas da sua perspicácia mulheril toda aquela esterqueira, onde ela, depois de se arrastar por muito tempo como larva, um belo dia acordou borboleta à luz do sol. E sentiu diante dos olhos aquela massa informe de machos e fêmeas, a comichar, a fremir concupiscente, sufocando-se uns aos outros.
- ¡Oh! ¡hombres! ¡hombres!... susurró alrededor con un suspiro. Y retomó la costura, dejando que su pensamiento divagara libremente, mientras sus dedos mecánicamente iban cosiendo la puntilla en aquella almohada, sobre la cual tendría que descansar su cabeza para recibir su primer beso genital. del sol. Y sintió ante sus ojos esa masa informe de machos y hembras, picando, zumbando lujuriosamente, asfixiándose unos a otros.

E viu o Firmo e o Jerônimo atassalharem-se, como dois cães que disputam uma cadela da rua; e viu o Miranda, li defronte, subalterno ao lado da esposa infiel, que se divertia a fazê-lo dançar a seus pés seguro pelos chifres; e viu o Domingos, que fora da venda, furtando horas ao sono, depois de um trabalho de barro, e perdendo o seu emprego e as economias ajuntadas com sacrifício, para ter um instante de luxúria entre as pernas de uma desgraçadinha irresponsável e tola; e tornou a ver o Bruno a soluçar pela mulher; e outros ferreiros e hortelões, e cavouqueiros, e trabalhadores de toda a espécie, um exército de bestas sensuais, cujos segredos ela possuía, cujas íntimas correspondências escrevera dia a dia, cujos corações conhecia como as palmas das mãos, porque a sua escrivaninha era um pequeno confessionário, onde toda a salsugem e todas as fezes daquela praia de despejo foram arremessadas espumantes de dor e aljofradas de lágrimas.
Y vio que Firmo y Jerónimo se estorbaban, como dos perros peleándose por una perra de la calle; y vio a Miranda, leí al lado, subordinado al lado de su mujer infiel, que se divertía haciéndolo bailar a sus pies, agarrado por los cuernos; y vio a Domingos, que había salido del taller, robando horas de sueño, después de trabajar con barro, y perdiendo su trabajo y los ahorros reunidos con sacrificio, para tener un momento de lujuria entre las piernas de un infeliz irresponsable y tonto; y vio a Bruno sollozar sobre su esposa otra vez; y otros herreros y jardineros, y cavadores, y obreros de todas clases, un ejército de bestias sensuales, cuyos secretos ella poseía, cuyas correspondencias íntimas escribía día a día, cuyo corazón conocía como las palmas de sus manos, porque su escritorio era un pequeño confesionario, donde se echaba toda la sal y todas las heces de aquella playa espumosa de dolor y jofradas de lágrimas.

E na sua alma enfermiça e aleijada, no seu espírito rebelde de flor mimosa e peregrina criada num monturo, violeta infeliz, que um estrume forte demais para ela atrofiara, a moça pressentiu bem claro que nunca daria de si ao marido que ia ter uma companheira amiga, leal e dedicada; pressentiu que nunca o respeitaria sinceramente como a um ser superior por quem damos a vida; que nunca lhe votaria entusiasmo, e por conseguinte nunca lhe teria amor; desse de que ela se sentia capaz de amar alguém, se na terra houvera homens dignos disso. Ah! não o amaria decerto, porque o Costa era como os outros, passivo e resignado, aceitando a existência que lhe impunham as circunstâncias, sem ideais próprios, sem temeridades de revolta, sem atrevimentos de ambição, sem vícios trágicos, sem capacidade para grandes crimes; era mais um animal que viera ao mundo para propagar a espécie; um pobre-diabo enfim que já a adorava cegamente e que mais tarde, com ou sem razão, derramaria aquelas mesmas lágrimas, ridículas e vergonhosas, que ela vira decorrendo em quentes camarinhas pelas ásperas e maltratadas barbas do marido de Leocádia.
Y en su alma enferma y tullida, en su espíritu rebelde de mimosa y flor peregrina levantada sobre un estercolero, violeta infeliz, que un estiércol demasiado fuerte para ella había atrofiado, la niña tenía el claro presentimiento de que nunca daría de sí misma. a su marido que iba a tener un compañero, amigo, leal y devoto; sintió que nunca lo respetaría sinceramente como un ser superior por quien damos la vida; que él nunca se entusiasmaría con ella y, por lo tanto, nunca la amaría; que se sentía capaz de amar a alguien, si había hombres dignos de eso en la tierra. ¡Oh! Yo ciertamente no lo querría, porque Costa era como los demás, pasivo y resignado, aceptando la existencia que le imponían las circunstancias, sin ideales propios, sin la temeridad de la rebeldía, sin la ambición atrevida, sin vicios trágicos, sin la capacidad para grandes crímenes; era un animal más que había venido al mundo para propagar la especie; un pobre diablo, en fin, que ya la adoraba ciegamente y que más tarde, con razón o sin ella, derramaría aquellas mismas lágrimas, ridículas y vergonzosas, que ella había visto correr en cálidos cuartitos por la barba áspera y maltratada del marido de Leocadia.

E não obstante, até então, aquele matrimônio era o seu sonho dourado. Pois agora, nas vésperas de obtê-lo, sentia repugnância em dar-se ao noivo, e, se não fora a mãe, seria muito capaz de dissolver o ajuste. Mas, daí a uma semana, a estalagem era toda em rebuliço desde logo pela manhã. Só se falava em casamento; havia em cada olhar um sangüíneo reflexo de noites nupciais. Desfolharam-se rosas à porta da Pombinha. Às onze horas parou um carro à entrada do cortiço com uma senhora gorda, vestida de seda cor de pérola. Era a madrinha que vinha buscar a noiva para a igreja de São João Batista. A cerimônia estava marcada para o meio-dia. Toda esta formalidade embatucava os circunstantes, que se alinhavam imóveis defronte do número 15, com as mãos cruzadas atrás, o rosto paralisado por uma comoção respeitosa; alguns sorriam enternecidos; quase todos tinham os olhos ressumbrados d’água. Pombinha surgiu à porta de casa, já pronta para desferir o grande vôo; de véu e grinalda, toda de branco, vaporosa, linda. Parecia comovida; despedia-se dos companheiros atirando-lhes beijos com o seu ramalhete de flores artificiais. Dona Isabel chorava como criança, abraçando as amigas, uma por uma.
Y sin embargo, hasta entonces, ese matrimonio era su sueño dorado. Pues ahora, en vísperas de obtenerlo, sintió repugnancia de entregarse al novio, y, si no fuera por su madre, hubiera sido muy capaz de disolver el arreglo. Pero, una semana después, la posada estaba alborotada desde la misma mañana. Sólo se habló de matrimonio; había en cada mirada un reflejo sangriento de noches nupciales. Las rosas cayeron en la puerta de Pombinha. A las once se detuvo a la entrada del conventillo un coche con una señora gorda vestida de seda color perla. Era la madrina que vino a recoger a la novia para la iglesia de São João Batista. La ceremonia estaba prevista para el mediodía. Toda esta formalidad desconcertó a los transeúntes, que se alinearon inmóviles frente al número 15, con las manos entrelazadas a la espalda, el rostro paralizado por una respetuosa emoción; algunos sonrieron con cariño; casi todos tenían los ojos llorosos. Pombinha apareció en la puerta de la casa, ya lista para emprender el gran vuelo; en velo y corona, todo de blanco, vaporoso, hermoso. Parecía conmovida; se despidió de sus compañeros, lanzándoles besos con su ramo de flores artificiales. Doña Isabel lloraba como una niña, abrazando a sus amigos uno por uno.

— Deus lhe ponha virtude! exclamou a Machona. E que lhe dê um bom parto, quando vier a primeira barriga. A noiva sorria, de olhos baixas. Uma fímbria de desdém toldava-lhe a rosada candura de seus lábios. Encaminhou-se para o portão, cercada pela bênção de toda aquela gente, cujas lágrimas rebentaram afinal, feliz cada um por vê-la feliz e em caminho da posição que lhe competia na sociedade. — Não! aquela não nascera para isto!... sentenciou o Alexandre, retorcendo o reluzente bigode. Seria lástima se a deixassem ficar aqui! O velho Libório, cascalhando uma risada decrépita, queixou-se de que o maganão do Costa lhe passara a perna roubando-lhe a namorada. Ingrata! Ele que estava disposto a fazer uma asneira! Nenen deu uma corrida até à noiva, na ocasião em que esta chegava à carruagem e, estalando-lhe um beijo na boca, pediu-lhe com empenho que se não esquecesse de mandar-lhe um botão da sua grinalda de flores de laranjeira. — Diz que é muito bom para quem deseja casar!... e eu tenho tanto medo de ficar solteira!... É todo o meu susto!
"¡Dios le conceda la virtud!" exclamó la Machona. Y que os dé un buen parto cuando nazca la primera barriga. La novia sonrió, con los ojos bajos. Un borde de desdén nubló el candor rosado de sus labios. Caminó hacia el portón, rodeada de la bendición de todas aquellas personas, cuyas lágrimas brotaron al final, cada uno feliz de verla feliz y camino al puesto que competía con ella en la sociedad. - ¡No! ¡ella no nació para esto!... dijo Alexandre, retorciéndose su brillante bigote. ¡Sería una pena que la dejaran quedarse aquí! El viejo Liborio, con una carcajada decrépita, se quejó de que el grandullón de la Costa lo engañaba robándole la novia. ¡Desagradecido! ¡El que estaba dispuesto a cometer un error! Nenen corrió hacia la novia cuando llegó al carruaje y, presionándole un beso en la boca, le rogó encarecidamente que no se olvidara de enviarle un capullo de su corona de azahar. — ¡Dice que es muy bueno para alguien que quiere casarse!... ¡y yo tengo tanto miedo de estar soltera!... ¡Me da tanto miedo!




contacto declaración de privacidad pie de imprenta